terça-feira, 20 de abril de 2010

Um amor tão bom

Final

Ela usava um suéter com um pequeno decote; num determinado momento, ele passou o braço por cima da mesa, botou a mão no ombro dela, escorregou por dentro do suéter pelas costas e ficou uns momentos passando a mão, aquela mão forte de dono, como recordando a tarde que passaram juntos.
Ela não era nem jovem nem linda, nem ele. Eram pessoas absolutamente normais, banais mesmo, dauqelas que não chamam a atenção, para quem não se olha duas vezes - talvez nem uma. Mas naquela mesa pequena daquele restaurante banal havia tudo o que uma mulher e um homem podem querer um do outro: confiança, amizade, amor, aixão - mesmo que discreta - , sexo bem resolvido e segurança.
Eles iriam se separar daí a pouco, sentiriam falta um do outro, mas sem angústia ou desespero, sabendo que se encontrariam de novo no dia seguinte ou na semana seguinte, confiando no seu próprio desejo e no do outro, porque aquele amor tinha essa coisa tão rara nos amores em geral: era sólido.
Ele pediu a conta, os dois saíram abraçados normalmente; na esquina, ele chamou um táxi para ela, se beijaram rapidamente, ele ficou olhando até o táxi desaparecer, peou o dele e a noite - eram 9h - acabou por aí.
Acabou é modo de dizer, porque essas noites tão boas não acabam assim. Ela foi dormir pensando nele, ele pensando nela, e eu pensando neles. Pensando e imaginando quantas pessoas, neste mundo de tantas paixões, vaidades, ansiedades, desvarios, terão tido a sorte de viver um amor assim tão bom.
Não, o amor não é lindo, como se diz banalmente; o amor é muito bonito quando é de verdade, e o deles era.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um amor tão bom

Parte I

Casados não pareciam ser - não um com o outro -, e aquele jantar cedo, num restaurante modesto, comum, era muito bom de se ver.
Estavam sentados um em frente ao outro, e parecia claro que não iriam para a mesma casa depois do jantar, não dormiriam nem acordariam juntos. Por isso, talvez, tinham tanto a se dizer- e se diziam.
Ela às vezes passava a mão na testa dele, afastando uma mecha de cabelo; daí a pouco ele devolvia o carinho e segurava a mão dela num gesto rápido, isso por cima dos pratos, sem que nada fosse fora de propósito nem inadequado, como nunca são os gestos que saem do coração.
Não havia entre eles aquele clima de urgência que precede a ida a uum motel, muito pelo contrário; parecia, isso sim, que eles haviam passado a tarde se amando e depois foram a um restaurante, daqueles em que não há risco de encontrar nenhum amigo, para ficarem juntos um pouco mais, o tempo que ainda tinham, sem inquetação, pelo prazer da companhia um do outro. E os carinhos trocados não eram os da paixão, mas os do amor; de um amor sólido e profundo.
Quem mora junto não conversa tanto, olho no olho, porque sabe que tem tempo pela frente: a noite inteira, talvez o resto da vida. Já eles falavam, e os assuntos não eam esses de namorados, falavam de tudo, interessados um no que o outro dizia, trocavam idéias como se fossem dois grandes amigos. Ele talvez falasse de um negócio que estava fazendo, ela talvez de um filho (só dela) com problemas; aí, de repente, um carinho - sem olhares melosos, nada. Apenas a necessidade de tocar um no outro, só isso. Estavam ali, inteiros, muito próximos e seguros.

[...]

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Memórias Sentimentais vol. I


Esse seu olhar ;]


O olhar as vezes é mais valioso do que uma palavra, do que um gesto.
Um olhar faz uma pessoa por outra se apaixonar...
Por um olhar de anjo mimado eu me apaixonei; Por um olhar inocente e um pouco indecente me entreguei de corpo e alma a uma paixão proibida; Por um ohar um pouco mais sério, determinado e frio eu chorei; Por um olhar de piedade eu quase vacilei; Por um olhar de tristeza, abandono e sofrimento como o meu me entreguei a uma tristeza profunda e dela não consigo mais sair... pois o dono desse olhar foi embora e eu jurei por ele nunca mais chorar.
Por um olhar... apenas um.


Essa reliquía veio lá do ano de 2001.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Amor

"Cuidar das pessoas que a gente gosta se assemelha a uma criança que carrega um ovo nas suas mãos. Ela coloca uma mão por cima e outra por baixo e vai andando devagarzinho para não correr o risco de tropeçar e quebrar. Ela não vive insegura com isso, aliás, ela tem gosto por cuidar."

Metáfora interessante que sempre me fez refletir sobre o verdadeiro sentido de amar alguém.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Razão pra quê?

Vivo com o coração sempre saltando pela boca, dificilmente eu deixo a razão me vencer. Como é que eu posso ter escolhido a tal da Psicologia como carreira? Difícil explicar.
Mas ao mesmo tempo que me vejo totalmente guiada por esse coração que as vezes bate mais forte que um tambor em dia de carnaval, o que mais me ncanta na Psicologia não é a sua racionalidade ou a falta dela, mas a necessidade de viver com o ser humano, de lidar com ele... eu gosto mesmo é de pessoas. Pessoas que como eu têm sentimentos, necessidades, anseios, dúvidas e questionamentos... ser humano que muitas vezes não reconhece seus próprios direitos, sua capacidade... ser humano que não conhece seu coração.
Ser humano tão desconhecido, que a ciência te buscado compreender tão atentamente. Ser humano assim como eu. Com coração que tem asas, e razão que tem pés.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Quem são as suas borboletas?

Uma historinha pra refletir... vale a pena ler até o final.

Esta é a história de duas criaturas de Deus que viviam numa floresta distante há muitos anos atrás. Eram elas, um cavalinho e uma borboleta.
Na verdade, não tinham praticamente nada em comum, mas em certo momento de suas vidas se aproximaram e criaram um elo. A borboleta era livre, voava por todos os cantos da floresta enfeitando a paisagem. Já o cavalinho, tinha grandes limitações, não era bicho solto que pudesse viver entregue à natureza. Nele, certa vez, foi colocado um cabresto por alguém que visitou a floresta e a partir daí sua liberdade foi cerceada. A borboleta, no entanto, embora tivesse a amizade de muitos outros animais e a liberdade de voar por toda a floresta.Gostava de fazer companhia ao cavalinho, agradava-lhe ficar ao seu lado e não era por pena, era por companheirismo, afeição, dedicação e carinho. Assim, todos os dias, ia visitá-lo e lá chegando levava sempre um coice, depois então um sorriso.Entre um e outro ela optava por esquecer o coice e guardar dentro do seu coração o sorriso. Sempre o cavalinho insistia com a borboleta que lhe ajudasse a carregar o seu cabresto por causa do seu enorme peso. Ela, muito carinhosamente, tentava de todas as formas ajudá-lo, mas isso nem sempre era possível por ser ela uma criaturinha tão frágil.
Os anos se passaram e numa manhã de verão a borboleta não apareceu para visitar o seu companheiro. Ele nem percebeu, preocupado que ainda estava em se livrar do cabresto. E vieram outras manhãs e mais outras e milhares de outras, até que chegou o inverno e o cavalinho sentiu-se só e finalmente percebeu a ausência da borboleta. Resolveu então sair do seu canto e procurar por ela. Caminhou por toda a floresta a observar cada cantinho onde ela poderia ter se escondido e não a encontrou. Cansado se deitou embaixo de uma árvore. Logo em seguida um elefante se aproximou e lhe perguntou quem era ele e o que fazia por ali. -Eu sou o cavalinho do cabresto e estou a procura de uma borboleta que sumiu. - Ah, é você então o famoso cavalinho? - Famoso, eu?É que eu tive uma grande amiga que me disse que também era sua amiga e falava muito bem de você. Mas afinal, qual borboleta que você está procurando?- É uma borboleta colorida, alegre, que sobrevoa a floresta todos os dias visitando todos os animais amigos. - Nossa, mas era justamente dela que eu estava falando. Não ficou sabendo? Ela morreu e já faz muito tempo.- Morreu? Como foi isso? - Dizem que ela conhecia, aqui na floresta, um cavalinho, assim como você e todos os dias quando ela ia visitá-lo, ele dava-lhe um coice. Ela sempre voltava com marcas horríveis e todos perguntavam a ela quem havia feito aquilo, mas ela jamais contou a ninguém.Insistíamos muito para saber quem era o autor daquela malvadeza e ela respondia que só ia falar das visitas boas que tinha feito naquela manhã e era aí que ela falava com a maior alegria de você.
Nesse momento o cavalinho já estava derramando muitas lágrimas de tristeza e de arrependimento. - Não chore meu amigo, sei o quanto você deve estar sofrendo. Ela sempre me disse que você era um grande amigo, mas entenda, foram tantos os coices que ela recebeu desse outro cavalinho, que ela acabou perdendo as asinhas, depois ficou muito doente, triste e sucumbiu e morreu.- E ela não mandou me chamar nos seus últimos dias? - Não, todos os animais da floresta quiseram lhe avisar, mas ela disse o seguinte:"Não perturbem meu amigo com coisas pequenas, ele tem um grande problema que eu nunca pude ajudá-lo a resolver. Carrega no seu dorso um cabresto, então será cansativo demais pra ele vir até aqui.

Na vida de cada um de nós, podemos até aceitar os coices que nos derem quando eles vierem acompanhados de beijos, mas em algum momento da sua vida, as feridas que eles vão nos causar, não serão mais possíveis de serem cicatrizadas, e é aí que dó de verdade... Quanto ao cabresto que temos que carregar durante a nossa existência, não devemos culpar ninguém por isso, afinal muitas vezes, nos mesmos que colocamos no nosso dorso. Mas as borboletas que temos na nossa vida, sempre fazem tudo valer a pena =]

terça-feira, 7 de julho de 2009

Enfim férias...

Ah como eu gosto das férias. E nem é só porque acabou o estágio, não tem mais provas, não tem monitoria, correria, nem aulas chatas.

Eu gosto das férias porque é tempo de tirar a roupa velha do armário, de dar geral no quarto, de tirar tudo aquilo que nãos serve mais e jogar fora. É tempo de dar espaço nas gavetas para novos acontecimentos, para novos papéis.

Férias. É tempo de pensar no que passou, é tempo de se preparar para o novo. É tempo livre.

Férias. É tempo de mudar o visual, de inventar o que fazer. Tudo, menos o tédio.



E como férias não são pra vida toda, infelizmente, que venha o 8º período de Psicologia. =] Porque delas eu vou sentir saudade. Que máfia hein.